Quinta obra de Misericórdia Corporal: Visitar os enfermos


No passado sábado, dia 10, fizemos a nossa primeira visita deste advento aos doentes/idosos da nossa comunidade, acompanhando assim o nosso pároco. Temos feito destas visitas uma parte da nossa caminhada de Advento, desde há uns dois anos para cá. Com o apelo que a Igreja nos foi dando neste Ano da Misericórdia que acabamos de celebrar, sentimos ainda mais a necessidade de o fazer, não só pelos doentes mas também por cada um de nós, porque são sempre experiências marcantes para os mais novos e de extrema importância na caminhada cristã de cada um.




Na tarde deste sábado, dia 17, fizemos novas visitas e com novo grupo de catequizandos.
Para nos ajudar a saborear estes momentos únicos fica esta reflexão. Rezemos por todos estes idosos da nossa comunidade e por aqueles que cuidam deles dia após dia. Assim é viver em comunidade.





“…porque …enfermo me visitastes.”(Mt 25,36) ” 
Pobre da casa que não tem irmãs doentes! Deus muitas vezes, concede mais e grandes graças em consideração às almas sofredoras e afasta muitos castigos unicamente em consideração a elas.” (Diário de Santa Faustina 1268).

A obra de misericórdia corporal: Visitar os enfermos convida a estar presente junto aos doentes e idosos, tanto na assistência física, quanto lhes proporcionando um pouco de companhia. Nas Sagradas Escrituras, podemos ler: “Eu era os olhos do cego e servia de pés para o coxo” (Job 29, 15). Muitas vezes o enfermo necessitará dos pés e das mãos dos outros e também do afecto, ternura e compreensão.  O melhor exemplo da Sagrada Escritura é o da parábola do Bom Samaritano que curou o ferido e, ao não poder continuar a cuidar dele directamente, confiou os cuidados que necessitava a outro em troca de pagamento (Lc 10, 30-37).

No dia em que sua mãe a repreendeu por manter em casa pobres e doentes, Santa Rosa de Lima lhe replicou: “Quando servimos aos pobres e doentes, servimos a Jesus. Não nos devemos cansar de ajudar o próximo, porque neles é a Jesus que servimos.”




É preciso superar a dificuldade de enxergar o invisível. O doente e o idoso transformam-se misteriosamente, por desígnio divino, em ícone de Jesus crucificado. Dizia Santa Faustina: “Naquele que sofre devemos ver Jesus crucificado, e não um parasita ou um peso para a congregação. A alma que sofre submetendo-se a vontade de Deus atrai mais bênçãos divinas para o convento, do que todas as almas que trabalham.”(Diário 1268). Isto também se aplica para as famílias. Os doentes, idosos e sofredores que em nossa casa, e sabem submeter sua indigência a Deus, atraem para toda a família muitas graças de conversão e libertação. Eis um bom motivo para cuidar bem deles.

Santa Faustina deixou um vasto testemunho espiritual sobre o sofrimento e a doença física, nem todos os doentes conseguem expressar tão bem os sentimentos profundos de solidão, indiferença, injustiça e humilhação que sofrem. Testemunha a Santa:

Hoje me senti mais doente, mas Jesus me deu neste dia mais possibilidade de me exercitar na virtude. Aconteceu que tive mais trabalho na minha obrigação. A irmã na cozinha demonstrou-me a sua insatisfação por me ter atrasado para o almoço, embora eu não pudesse vir mais cedo de maneira alguma. No entanto, passei a sentir-me tão mal que tive que pedir a Madre Superiora permissão para me deitar. Fui pedir a irmã N… que me substituísse na obrigação. De novo levei um “pito”: ‘Como é? A irmã já descansou tanto que de novo vai deitar? Que tanto fica deitada!’ – Ouvi tudo isso, mais ainda não era tudo; precisava ainda pedir à irmã que estava cuidando das doentes para me trazer comida. Quando lhe falei disso, saiu correndo atrás de mim da capela para o corredor para poder dizer o que estava sentindo – ‘Por que a irmã vai se deitar? – e assim por diante … disse-lhe então que nada mais me levasse. Escrevo isso bem resumido, porque não tenho a intenção de escrever sobre essas coisas, mas o faço para que não se proceda assim com um doente, porque isso não agrada o Senhor. (Diário 1268)


Intenção de oração:

Rezemos pelas pessoas que permanecem junto dos doentes que precisam de assistência contínua, de ajuda para se lavar, vestir e alimentar. Este serviço, especialmente quando se prolonga no tempo, pode tornar-se cansativo e pesado; é relativamente fácil servir alguns dias, mas torna-se difícil cuidar de uma pessoa durante meses ou até anos, inclusive quando ela já não é capaz de agradecer. E, no entanto, que grande caminho de santificação é este!

Oração:

Senhor, ensina-me a tornar-me as mãos e os pés dos que sofrem fisicamente e estão perto de mim, ajuda-me a compreendê-los em seus delírios, exigências e fragilidades, dá-me o Teu coração misericordioso. Obrigada Senhor. Amém




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