Os Evangelhos e Atos dos Apóstolos (mp3)



[Evangelhos]
«Chamamos “Evangelho” a um género literário de escritos do Novo Testamento que tem apenas quatro exemplares na literatura universal: os Evangelhos segundo Mateus, Marcos, Lucas e João. Este género de escritos apareceu depois das Cartas autênticas de Paulo e propôs-se transmitir factos e palavras da vida de Jesus de Nazaré, que as Cartas não tinham ainda referido. Os Evangelhos transmitem-nos factos históricos (Dv 19), mas não de maneira “fria” e “isenta”, à maneira da historiografia moderna; os factos e as palavras de Jesus são coloridos pela experiência das comunidades da primeira geração cristã, que vai dos anos 30 a 70.»

[Atos dos Apóstolos]
«Uns 30 ou 40 anos depois das Cartas autênticas de Paulo, escreveu Lucas o livro dos Actos dos Apóstolos (entre os anos 80-90). Trata-se de um escrito que, quanto ao género literário, se encontra entre a Teologia e a História; ou melhor, o seu autor quis fazer História e Teologia ao mesmo tempo. Veja-se a grande quantidade de discursos (uns 24), que têm mais a ver com a eclesiologia do que com a História propriamente dita das comunidades da segunda geração cristã. Os personagens centrais do livro são primeiramente Pedro, ao longo dos 12 primeiros capítulos, em perfeita continuidade com o seu papel nos Evangelhos; e Paulo, do capítulo 13 em diante. Tudo indica que esta obra pertence ao mesmo autor do terceiro Evangelho (Lucas). Este começa e termina em Jerusalém; os Actos começam em Jerusalém, com os Doze, e terminam em Roma com Paulo, como que a dizer que se realizou, pelo menos parcialmente, o programa de Jesus, no meio dos pagãos (Act 28,25-28).
Deste modo se cumpre o programa de Jesus, proposto no início do livro dos Actos: «Sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo.» (Act 1,8) Esta obra apresenta-se, pois, como um segundo volume da obra de Lucas, numa continuidade natural dos Evangelhos e como que registando o seu cumprimento. E sendo Paulo a personagem central da segunda parte, este livro coloca-se, naturalmente, entre os Evangelhos e as Cartas de Paulo.
O autor dos Actos não nos apresenta, no entanto, Paulo como um Apóstolo e com os mesmos direitos dos Apóstolos, apesar de Paulo reivindicar este título (Gl 1,17). Para Lucas, o direito ao “apostolado” está ligado ao grupo dos Doze e ao testemunho directo e ocular de Jesus (Lc 1,2; Act 1,13.17.21-22). Depois da visão de Damasco, Paulo é introduzido no grupo dos Doze pela mão de Barnabé.
Nesta perspectiva, Paulo não é Apóstolo pela relação directa com o Ressuscitado, mas pela legitimação que recebe das «testemunhas oculares» de Jesus (Lc 1,2). Há diferenças sensíveis entre o Paulo que nos é apresentado pelo autor dos Actos e o Paulo que se apresenta nas suas Cartas. Segundo os Actos, Paulo é um rabino que continua fiel à Lei de Moisés; segundo as Cartas, Paulo é um judeu convertido que relativiza a Lei para fazer de Cristo o Senhor da sua vida: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).»
Texto: capuchinhos.org


Evangelho segundo São Mateus





- Evangelho segundo São Marcos




- Evangelho segundo São Lucas




- Evangelho segundo São João




Actos dos Apóstolos












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