Catequese a brincar

Foto: Paula Silva

Sabem quando os meninos têm demasiada energia e não conseguem estar quietinhos a ouvir-vos? Ou mesmo que estejam, mas simplesmente não conseguem entender o que estamos a falar? 
Bom, quando comecei a minha caminhada como catequista de 1°ano comecei a sentir um bocado isso e agora estou com o mesmo grupo, mas no 4°ano e temos-nos entendido maravilhosamente bem. 
Porquê? Porque fazemos a catequese a brincar. 
“A brincar? Como assim? É para se levar a sério!”
Eu levo isto tudo muito a sério, tanto que tento arranjar a melhor forma para eles aprenderem. 
Por exemplo, quando quero falar sobre um certo tema, faço o abecedário no quadro e os meus tesourinhos (é assim que eu os trato) têm que completar aquele quadro com palavras sobre aquele tema. 
E eles ficam tão entusiasmados que ficam ali a pensar seriamente que palavras lá poderiam encaixar. 

Este ano, estou com três grupos de catequese, 4.°, 5.° e 10.° anos. 
Quando os junto todos para a catequese de duas horas, eles nem dão pelo tempo passar. 
Faço equipas e jogamos ao jogo da forca, mas eu claro, penso sempre em palavras que depois vou conseguir falar sobre um certo tema, também faço questionários e vão respondendo.
Como tenho o grupo dos mais velhos e dois mais novinhos, decidi fazer um apadrinhamento.
Ou seja, cada catequizando do 10.° ano tem 2 / 3 afilhados do 4.° ou 5.° ano. 
No início do ano, tanto padrinhos como afilhados fizeram o seu compromisso um para com o outro e como eles formam uma equipa, cada grupo tem um nome e um grito de guerra. 
Alguns padrinhos vão com os afilhados acolitar, ajudam a perceber a bíblia, ensinam canções, etc… Cada um tem a sua forma de cumprir o seu papel neste compromisso.

Tendo apenas 20 anos e ser quase da idade dos catequizandos do 10.° ano fez-me sentir um pouco insegura para lhes dar catequese no início do ano, mas tem sido uma experiência incrível! 
Entendemos-nos lindamente, com eles sozinhos a catequese é mais calma, mas com um jeito diferente.
Somos 19 ao todo, brincamos, cantamos, dançamos, jogamos, mas acima de tudo estamos sempre a aprender. 
Eles aprendem comigo, mas eu aprendo muito com eles, estou a crescer com eles. 
Eles tornam-me uma pessoa melhor sem dúvida. 
A catequese é levada a sério sim, mas às vezes brincamos e é muito melhor, estão a aprender, mas estão ali porque gostam e querem aprender.  

Obrigada aos meus tesourinhos! São os melhores do mundo.

Paula Silva, catequista


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