Leituras que inspiram #01



Há um âmbito de reflexão que me inspira e fortalece. Não tenho dúvidas que é por ser um âmbito que supera qualquer reflexão efémera. Faz-me sentir mais ao mesmo tempo que menos e como uma criança pequena que com os seus palmos de tamanho não deixa de olhar sempre para cima! Saber beber na fonte certa é o segredo para matar a sede! Desta vez em Augusto Cury para também eu me tornar um ser humano sem fronteiras. O HOMEM MAIS INTELIGENTE DA HISTÓRIA: vamos indagar!

Marco Polo é o protagonista da obra escrita em forma de romance. Em pouco tempo de leitura depressa ultrapassamos a tendência cética de estar perante um enredo de novela. Façamos o exercício de ir compilando algumas informações essenciais. Primeira sugestão: antes de os recursos da Terra se esgotarem, esgota-se primeiro a mente humana. Apesar de não ser difícil perceber a amplitude deste pensamento é um desafio à preguiça contemporânea e à era digital. Somos alertados para os efeitos dos ecrãs na vida das crianças e das famílias; a falta de tempo para comunicar com a criança, para olhá-la nos olhos, descer ao seu nível, tudo isto tem um impacto negativo na qualidade daquilo que somos; colocamos em check a qualidade das relações e por conseguinte a capacidade de ser feliz, de lidar com frustrações, a resiliência, o autocontrolo, a capacidade de proteger a emoção... Em consequência o apogeu de transtornos psíquicos e sociais. Bullying, violência doméstica, corrupção, exclusão, terrorismo, crise económica e social. Segunda sugestão: a falta de protecção da emoção é a maior de todas as violências, e cometemo-la contra os nossos próprios filhos. Estamos de facto na infância do Eu, caracterizada pelo descontrolo emocional. Terceira sugestão: se não mudarmos o paradigma fundamental da educação seremos uma espécie inviável. Formar mentes brilhantes é arte do homem sensível, calmo, empático, consciente das necessidades humanas num lance para a felicidade e para a conexão de si. Quarta sugestão: nunca nas sociedades democráticas houve tantos escravos no único lugar em que é inadmissível ser-se escravo: na própria mente.

Com dois anos uma criança já sabe as cores e os números em inglês, ignora os anúncios no youtube, desliza o dedo para seleccionar o que quer ver, numa fracção de segundos conseguiu ver quase uma dezena de vídeos, torna-se impaciente, não aceita a monotonia, não aprende a esperar pela vez, vive a satisfação imediata dos seus desejos alimentando uma insatisfação constante. Quinta sugestão: vivemos em média oitenta anos, só que a mente humana está tão stressada pelo excesso de informações que hoje em dia oitenta anos passam como se fossem vinte anos no passado. A mendicidade emocional contemporânea alerta-nos para os efeitos negativos da intoxicação digital e consequentes insatisfações individualistas. Por conseguinte são muitas as formas subtis de autoviolência, e uma das maiores é mendigar o pão da alegria. Sexta sugestão: a principal característica dos mendigos emocionais é fazerem pouco do muito. 

O excesso de estímulos leva-nos a precisar de muito para ser pouco, asfixiando a possibilidade de se ser feliz. Fazer um ramo com flores do campo e cheirar cada flor, observar o movimento de uma borboleta e imitá-lo, descrever as formas das nuvens no céu, desenhar com os pés formas no ar; tudo isto é tão pouco e ao mesmo tempo tanto. Sétima sugestão: a emoção alimenta-se especialmente das coisas simples e anónimas da vida. São estas coisas que nos ajudam a proteger a nossa mente e a nossa emoção e a tornarmo-nos autores da nossa própria história.

Biografar a nossa história não é para todos! Grande parte de nós tem um índice de GEEI «Gasto de Energia Emocional Inútil» elevadíssimos, perdendo disponibilidade para as coisas importantes que há na vida. Oitava sugestão: quem cobra demais de si e dos outros está apto para trabalhar numa instituição financeira, mas não para ter uma bela história de amor com a própria saúde emocional. 

por Ana Pereira

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