Outubro Missionário | 2018



A Conferência Episcopal Portuguesa decidiu que, de outubro de 2018 a outubro de 2019, Portugal viverá um intenso Ano Missionário. É a resposta lusa à vontade do Papa Francisco fazer de Outubro de 2019 um Mês Missionário Extraordinário. Esta ‘Igreja em saída’, na direção das periferias e margens, não pode parar o seu impulso missionário e solidário.
Na 3.ª Exortação Apostólica, ”Alegrai-vos e exultai”, o Papa Francisco recorda à Igreja o texto mais emblemático dos Evangelhos: ‘As Bem-Aventuranças são como que o bilhete de identidade do cristão’ (nº63).
Estas palavras de Jesus estão decididamente contracorrente ao que é habitual, àquilo que se faz na sociedade’ (nº65). ‘O Evangelho convida-nos a reconhecer a verdade do nosso coração para ver onde colocamos a segurança da nossa vida’ (nº67). ‘Ser pobre de coração: isto é santidade’ (nº70). ‘Reagir com humilde mansidão: isto é santidade’ (nº74). ‘Saber chorar com os outros: isto é santidade’ (nº76). ‘Buscar a justiça com fome e sede: isto é santidade’ (nº79).
Olhar e agir com misericórdia: isto é santidade’ (nº82). ‘Manter o coração limpo de tudo o que mancha o amor: isto é santidade’ (nº86). ‘Semear a paz ao nosso redor: isto é santidade’ (nº89).
Abraçar diariamente o caminho do Evangelho, mesmo que nos acarrete problemas: isto é santidade’ (nº94).
MARIA é um modelo perfeito de Missão. Lembra o Papa Francisco: ‘Viveu como ninguém as Bem-aventuranças de Jesus. É a mais abençoada dos santos entre os santos, aquela que nos mostra o caminho da santidade e nos acompanha. Conversar com ela consola-nos, liberta-nos, santifica-nos’.
Que este especial Ano Missionário comprometa mais a Igreja na urgência do testemunho dos valores gravados nas páginas dos Evangelhos.








Primeira semana (Oração)



Ambientação
Espalhar fotografias de diferentes missões.

Introdução
A Igreja Peregrina é, por natureza, missionária, visto que, segundo o desígnio de Deus Pai, tem a sua origem na missão do Filho e na missão do Espírito Santo” (Ad Gentes).
“A palavra missão vem do verbo latino mittere que significa enviar. Entre outros significados, o termo missão aplica-se à ação evangelizadora da Igreja entre aqueles que ainda não conhecem o Evangelho. (…) No singular, a palavra missão refere-se à missio Dei, ou seja, à auto-revelação de
Deus como Aquele que ama o mundo, ao seu compromisso no e com o mundo e à natureza e atividade de Deus que abraça o mundo e a Igreja. No plural, o termo missões designa as atividades missionárias e obras apostólicas específicas, ou seja, as missiones ecclesiae – datadas no tempo, localizadas no espaço e respondendo a situações concretas – através das quais a Igreja participa na missio Dei.” José Antunes Svd in Diálogo, Profecia e Missão.

Cântico inicial

Escutar a Palavra - João 14, 7-14

A Palavra gera Oração
Conhecer o Pai é a proposta que Jesus faz a cada um de nós.
Silenciar no coração os ruídos que distraem e os apelos que nos afastem desta proposta, nem sempre é fácil. Escutar a palavra e rezar são duas atitudes necessárias, para quem se quer deixar transformar pelo Evangelho. E contemplar a cruz, descobrindo na sua beleza a expressão máxima do Amor de Cristo. A cruz como sinal de uma vida dada em Missão. Cristo diz a cada um de nós: toma a minha cruz e segue-me. Só assim poderemos vivenciar como é belo ser missionário, enviado de Cristo e ser tudo em Cristo.

A Palavra torna-se Ação
Jesus Cristo é o primeiro missionário, enviado pelo Pai (cf. João 1, 9-14). Ele mostrou-nos o que é ser missionário: deixar o conforto das nossas casas, ir ter com os que sofrem, com os pobres, os marginalizados, curar os doentes, acolher os perseguidos, ser voz dos que são vítimas de descriminação ou preconceito, ser sinal de justiça e amor no mundo. E só assim poderemos aspirar a conhecer o Pai.

Preces: preces espontâneas

Pai Nosso: unidos a todos os povos, rezamos de mãos dadas

Final: MISSÃO É PARTIR
“Missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso Eu. É parar de dar volta ao redor de nós mesmos, como se fôssemos o centro do mundo e da vida. É não se deixar bloquear nos problemas do pequeno mundo a que pertencemos: a humanidade é maior. Missão é sempre partir, mas não devorar quilómetros. É sobretudo abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los. E, se para encontrá-los e amá-los é preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então Missão é partir até aos confins do mundo.”

D. Hélder Câmara

Cântico final


Segunda semana (Sacrifício)


Introdução
A palavra “sacrifício” parece não ter lugar num mundo que privilegia, cada vez mais, o prazer e o comodismo. Mas, por outro lado, a palavra “amor” está em todo o lado: nas canções, nos filmes, nos murais do facebook, nas SMS… Que “amor” é este? Um “amor” despojado de sacrifício será AMOR?
Na verdade, podemos dizer que amar é oferecermo-nos por inteiro ao outro, sem cálculos, sem rede. Ora, a palavra “sacrifício”, na perspetiva bíblica, remete-nos, também, para o nosso oferecimento e entrega. Amor e sacrifício fazem parte da mesma realidade.
“O sinal revelador de que já se deixou de amar torna-se manifesto quando os sacrifícios começam a custar; o sinal de que se ama pouco acende-se quando nos damos conta de que os estamos a fazer” (Cardeal Gianfranco Ravasi in Avvenire, 30/04/2016).
O Papa Francisco diz-nos que «não devemos ter medo do sacrifício. Pensemos numa mãe ou num pai: quantos sacrifícios! Mas porque o fazem? Por amor. E como o enfrentam? Com alegria porque são sacrifícios para as pessoas a quem querem bem. A cruz de Cristo abraçada com amor não leva à tristeza, mas à alegria» (Celebração do Domingo de Ramos, 24/03/2013).

Cântico inicial

Escutar a Palavra - Rm 12, 1-2

A Palavra gera Oração
Senhor, nosso Deus,
queremos deixar-nos transformar por Ti,
em todos os dias da nossa vida,
para que sejamos verdadeiros instrumentos no mundo
da Tua Graça e da Tua Misericórdia.
Ensina-nos a amar-Te nos nossos irmãos,
a ser Teus discípulos junto dos mais frágeis,
e a sacrificarmo-nos por quem não nos retribui.
Faz-nos reconhecer os nossos erros e o nosso egoísmo,
a nossa pequenez, face à grandeza do Teu Amor exposto na Cruz.
Que a Tua Vida seja tudo em nós.
Ámen.

A Palavra torna-se Ação
A vida cristã, como vida santificada para Deus, está enxertada na dinâmica efetiva do sacrifício de Cristo. Fomos redimidos e santificados “com o sangue precioso de Cristo” (1 Pe 1,18); por isso, estamos “destinados a oferecer sacrifícios agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (1 Pe 2,5). Estes “sacrifícios” já não são os da Antiga Aliança porque foram ultrapassados pelo Sacrifício de Cristo de onde nascemos, mas a humildade de coração, o arrependimento dos pecados, a confissão dos mesmos, a oração pelo próximo, as esmolas, as obras de misericórdia, a caridade, a fé, a esperança, o que é de verdadeiro benefício para a pessoa humana, a própria pessoa humana, como nos diz Santo Agostinho na sua obra “Cidade de Deus”.
Que sacrifícios estou disposto a fazer? Como e quando me ofereço a Deus e aos irmãos?

Cântico final

Terceira semana (Partilha)


Introdução
A Missão desafia-nos. O sonho de um mundo mais justo e mais humano exige de nós uma ação concreta, uma ação real e verdadeira. Agarrar o desafio desta missão é ousar dar de si, é partilhar o que se é e o que se tem, na confiança que o pouco que se tem, colocado nas mãos de Deus, tornar-se-á sempre abundância e será sempre para o bem de muitos. Do mesmo modo, aceitar o desafio de colocar nas mãos de Deus a nossa pequenez e as nossas fragilidades, é agarrar o desafio da Missão que Deus coloca no coração de cada um de nós e deixar-se conduzir por caminhos de partilha e de vida em abundância.

Cântico inicial

Escutar a Palavra - Lc 9,10-17

A Palavra gera Oração
Senhor, queremos colocar nas Tuas mãos o pouco que temos, para que o transformes e multipliques para o bem da humanidade, sobretudo, para o bem daqueles que mais sofrem, dos que mais têm fome de pão, de justiça e de amor. Queremos aceitar e agarrar o desafio da missão que colocas diante de nós: a missão da partilha, a missão de dar e de nos darmos para que o mundo, por Ti criado, se torne verdadeiramente mais justo e mais humano; se torne num mundo onde ninguém passe necessidade e, em Ti, todos possam ter Vida… a Vida em abundância que Tu nos dás.

A Palavra torna-se Ação
Diz-nos o Papa Francisco: «De onde nasce a multiplicação dos pães? A resposta está no convite de Jesus aos discípulos: «Dai vós mesmos...», “dar”, partilhar. O que é que os discípulos partilham? O pouco que têm: cinco pães e dois peixes. Mas são precisamente aqueles pães e aqueles peixes que, nas mãos do Senhor, tiram a fome a toda a multidão. E são os próprios discípulos, perplexos diante da incapacidade dos seus meios, na pobreza do que podem colocar à disposição, a fazer acomodar as pessoas e a distribuir - confiando na palavra de Jesus - os pães e os peixes que alimentam a multidão. E isto diz-nos que na Igreja, mas também na sociedade, uma palavra chave de que não devemos ter medo é «solidariedade», saber colocar à disposição de Deus o que temos, as nossas humildes capacidades, porque só na partilha, no dom, a nossa vida será fecunda, dará fruto».
Com estas palavras do Papa Francisco queremos dar passos na nossa capacidade de partilhar. Queremos assumir a partilha como dom e como modo de vida; queremos ser capazes de partilhar o que temos com os mais pobres do mundo e, mais ainda, queremos partilhar a nossa alegria de conhecermos Jesus Cristo e de n’Ele nos sentirmos, com toda a humanidade, filhos amados de Deus.

Cântico final


Quarta semana (Vocação Missionária)



Introdução
Vocação deriva do latim “vocare” que significa “chamar”. A vocação, na sua plenitude, só pode ser descoberta e vivida no encontro com Deus e no serviço aos outros.
Maria é o modelo de escuta e disponibilidade total ao chamamento de Deus. Deus bateu à porta do coração de Maria e ela respondeu: “Eis a escrava do Senhor faça-se em mim segundo a tua palavra”. A jovem nazarena, assombrada de medos mas carregada de confiança, arriscou e entregou a sua vida à vocação que Deus lhe havia confiado.
Neste mês das missões, peçamos a Maria, Mãe do Sim, que nos ensine a seguir os seus passos e nos dê a ousadia de imitar a sua entrega desprendida e o seu exemplo de suprema missionária da Igreja.

Cântico inicial

Escutar a Palavra - Lc 1, 26-38

A Palavra gera Oração
Maria, Mulher da escuta,
Abre os nossos ouvidos;
Faz com que saibamos ouvir a Palavra do teu Filho Jesus,
No meio das mil palavras deste mundo;
Faz com que saibamos ouvir a realidade em que vivemos,
Cada pessoa que encontramos,
Especialmente quem é pobre e necessitado,
Quem se encontra em dificuldade.
Maria, Mulher da decisão,
Ilumina a nossa mente e o nosso coração,
A fim de que saibamos obedecer à Palavra do teu Filho Jesus,
Sem hesitações;
Concede-nos a coragem da decisão,
De não nos deixarmos arrastar para que os outros orientem a nossa
vida.
Maria, Mulher da ação,
Faz com que as nossas mãos e os nossos pés se movam
apressadamente
Rumo aos outros, para levar a caridade e o amor do teu Filho Jesus,
Para levar ao mundo, como Tu, a luz do Evangelho, Ámen!

A Palavra torna-se Ação
Precisamos de parar por uns momentos, abrandar toda a agitação, e livrarmo-nos dos fardos pesados da vida. De que nos serve todo o fervilhar de pensamentos se não somos capazes de compreender o que se passa ao nosso redor? A sociedade grita por ajuda, aos ouvidos! O mundo clama por auxílio!
É urgente a atitude! É urgente despertar! Está na hora de caminhar lado a lado com MARIA! O mesmo Deus que outrora a chamou é o mesmo Deus que agora nos chama!
Que o nosso espírito se sossegue na segurança de que: “Deus não escolhe os capazes, mas capacita os escolhidos!”.

Cântico final




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