A simplicidade que ilumina
Há vidas que brilham com uma luz própria, discreta e serena, mas que, mesmo assim, iluminam o caminho de muitos. Francisco e Jacinta Marto foram duas crianças de Fátima que, no silêncio dos campos e na simplicidade da oração, aprenderam a escutar Deus. Não eram sábios aos olhos do mundo, mas deixaram-se tocar por um mistério maior do que eles, e essa entrega transformou-os.
A celebração da sua memória, a 20 de fevereiro, recorda-nos que a santidade não é um caminho reservado aos grandes ou aos eruditos. Pelo contrário, é nos pequenos, nos frágeis, nos que sabem confiar sem reservas, que Deus faz morada. Francisco, com o seu desejo de consolar Jesus, encontrava na oração um refúgio onde a alma se aquietava. Jacinta, ardente e sensível ao sofrimento dos outros, oferecia os seus dias como um dom. Nenhum deles buscou a glória, mas ambos viveram com a certeza de que Deus era tudo.
Fátima não é apenas um lugar geográfico; é uma interpelação ao coração. Ao olharmos para estes dois pastorinhos, percebemos que o essencial não está nos grandes feitos, mas na fidelidade ao que é simples. Num tempo onde a infância tantas vezes se perde em ruídos e distrações, Francisco e Jacinta são um convite a redescobrir o silêncio que acolhe, a oração que sustenta, a entrega que dá sentido à vida.
Celebrá-los não é apenas recordar um passado longínquo, mas deixar-se tocar pela atualidade do seu testemunho. Que eles nos ensinem a viver com a confiança de uma criança que, nas mãos de Deus, sabe que tudo é graça.
Ana Conde
Catequese e Família
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