Maria, presença que acompanha
Há meses que falam mais alto. Maio é um desses meses.
É como se a terra inteira florescesse para nos lembrar que há uma beleza escondida no mundo, e também em nós, à espera de ser revelada. E a Igreja, com a sabedoria das mães, escolheu este mês para recordar Maria. Não porque precise de ser lembrada, mas porque nós precisamos de aprender a olhar para ela.
Maria é a mulher do silêncio, do escondimento, da escuta. É fácil passar por ela sem dar conta. Mas quando a deixamos entrar, percebemos que o seu modo de amar, de confiar, de estar com Deus, pode transformar o modo como olhamos para tudo.
Maria não é apenas uma figura de vitral. É uma mulher real, que soube viver os dias comuns com uma fé extraordinária. Uma jovem que não fugiu ao medo, mas ofereceu-se a uma promessa maior do que ela.
Quando dizemos que Maio é o mês de Maria, dizemos que também nós queremos aprender a estar mais atentos à voz de Deus. Queremos, como ela, guardar as coisas no coração. Não para nos fecharmos, mas para escutarmos melhor o que Deus tem para nos dizer. Talvez através de um amigo, de um acontecimento simples, de um silêncio que se alonga.
Maria ensina-nos a caminhar na fé, mesmo sem mapa. A confiar quando tudo parece escuro. A amar quando o mundo nos ensina a desistir. Ela é presença materna, não para nos substituir, mas para nos ajudar a crescer por dentro.
Rezar o Terço, neste mês, pode parecer uma coisa repetitiva. Mas é nessa repetição que muitas vezes se faz lugar a Deus. Como as ondas do mar que tocam a areia vezes sem conta é assim que Maria nos vai abrindo ao mistério. Com paciência, com suavidade, com ternura.
E talvez isso seja tudo o que precisamos agora: uma presença que não grite, mas que nos segure. Um amor que nos diga, sem palavras, que não estamos sozinhos.
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